Com mais de 152 milhões de usuários, o Brasil está entre os países mais conectados do mundo. De acordo com o Comitê Gestor da Internet do país, 81% da população tem acesso à web e a utiliza na tomada de decisões de compra. Nesse contexto, investir em marketing digital tem sido uma das estratégias das empresas e as instituições de ensino superior devem estar atentas para se destacar no espaço virtual.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional exige que as IES publiquem on-line informações sobre os cursos e componentes curriculares. Mas não basta apenas dispor esses dados, é necessário estruturar a navegação. “É essencial pensar na experiencia de quem irá acessar o site institucional, que deve ser moderno, rápido e com informações fáceis de serem encontradas. Em média, as pessoas ficam de um a dois minutos nos sites e clicam em três páginas. Se você tem 30 páginas no seu site, apenas 10% será visto, então esse conteúdo precisa ser bem preciso”, frisa o CEO da Agência Titânio, Roberto Gaspar.
Uma das dicas é utilizar ferramentas gratuitas do Google para monitorar o site e identificar as páginas mais acessadas, a fim de organizá-las e chamar a atenção para a matrícula. Também é importante ter ações conectadas com o setor comercial da instituição. “Pense sempre que as pessoas estão pesquisando várias instituições ao mesmo tempo, então você precisa ser proativo. Se alguém entrou em contato e você não retornou, ela te esquece. Então, mande mensagem ou e-mail, ligue. Pergunte se tem alguma dúvida, se precisa de mais informação. Se tiver algum tipo de desconto para fechar a matrícula, ofereça”, destaca.
O marketing de conteúdo tem conquistado cada vez mais espaço, especialmente entre os jovens. “Ninguém quer ser interrompido por propaganda. As pessoas vão em busca de informação. Se você tem um blog, por exemplo, consegue trabalhar conteúdos que ajudam a pessoa a efetivar a matrícula. Aborde o futuro da carreira, fale das oportunidades. Quem investe em educação tem sonhos e expectativas. Envolver os professores para a produção de conteúdo é uma possibilidade”, ressalta Gaspar. Ele também chama a atenção para sites responsivos (que se adaptam a qualquer tela) e o uso de imagens e sons. “Lance mão de vídeos curtos, que são dinâmicos e têm um alcance muito grande”.
Planejamento – Embora estruturar o site institucional seja indispensável, esse não pode ser um movimento isolado. “As ações precisam ser coordenadas e integradas, inclusive na mídia off-line, porque um meio não substitui o outro. O site mostra que eu existo. Mas talvez eu feche a venda pelo Whatsapp ou por telefone”, salienta o diretor de Marketing e Comunicação da Faculdade São Leopoldo Mandic, Francisco Saraiva.
As instituições também devem estar atentas aos diferentes perfis de aluno e criar estratégias para cada um. “Os estudantes que estão entrando na graduação são mais jovens, mais digitais. Ao mesmo tempo, eles buscam informações com professores, com pessoas que já estudaram naquela faculdade. Eles entram nas redes sociais para ver os comentários, participam de fóruns. É importante lembrar que pessoas confiam em pessoas. Então, ter o depoimento de ex-alunos e profissionais da área pode ajudar a efetivar a matrícula”, sustenta. “Essas informações têm o poder de criar credibilidade. Então, é bom pensar em quem são esses influenciadores”.
Já o público da pós-graduação e de cursos de extensão, por exemplo, tem um outro perfil. “São pessoas mais velhas, já formadas, que querem se especializar, ter um diferencial na carreira. Eles buscam informações de cronograma, carga horária, investimento e potencial de retorno. Para esses, o site é uma ferramenta importante. Uma ação coordenada com o comercial contribui para conseguir fazer a conversão em matrículas”.
Seja qual for a tática, o imprescindível é ter profissionais à frente do setor de marketing. “A diferença é especialmente no planejamento. Porque aprender a usar uma rede social ou um anúncio do Google é fácil. Mas saber o porquê de aquilo funciona e, tendo alguma mudança, saber como adaptar a estratégia é o que faz a diferença”, finaliza Roberto Gaspar.