A educação à distância segue em expansão no Brasil. No ano passado, dos 3,94 milhões de estudantes que ingressaram no ensino superior, 62,8% optaram pela modalidade, registrando um crescimento de 23,3% em relação ao ano anterior, enquanto os cursos presenciais sofreram uma redução de 16,5%. Os dados são do Censo da Educação Superior 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Desde 2020, o número de matrículas de alunos iniciantes em cursos remotos já era maior que os de graduação presenciais, tanto em instituições públicas quanto privadas. A tendência já havia sido confirmada em 2019 nas IES privadas. Para ser ter uma ideia do ampliação do EaD no país, em 2011, a modalidade representava apenas 18,4% entre os alunos iniciantes. Nos últimos dez anos, o crescimento foi de 474%.
“Mesmo sob um contexto extremamente delicado, a pandemia nos fez consolidar a compreensão de que a educação à distância pode ser eficiente, desde que seja de qualidade”, avaliou o presidente do Inep, Carlos Eduardo Moreno Sampaio. “Esse é um caminho sem volta. A nossa preocupação, enquanto responsáveis pela fiscalização desses cursos, é garantir a qualidade do ensino, com uma graduação adequada para o mercado de trabalho”, explicou Vandir Chalegra Cassiano, da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres). “Esses cursos foram autorizados com base na legislação, observando todos os requisitos necessários para o funcionamento”, frisou.
O Censo mostrou também que as instituições privadas têm papel fundamental no acesso ao ensino superior no país. Das 8,98 milhões de matrículas realizadas em 2021, 76,9% foram feitas na rede privada, um aumento de 3,5% em relação a 2020. O percentual é ainda maior entre os ingressantes (87,5%) e concluintes (83,5%).
Dados – O Censo é uma importante fonte de informação sobre a situação e as tendências da educação superior brasileira. A pesquisa tem o objetivo de guiar as políticas públicas do setor. Além de subsidiar a formulação, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas da educação superior, o censo contribui para o cálculo de indicadores de qualidade, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC).
Atualmente no país, há 2.574 instituições de ensino superior, entre universidades, centro universitários, faculdades, institutos federais e centros federais de educação tecnológica (Cefet). A rede privada representa 87,8% do mercado, com 32.229 cursos autorizados e em funcionamento. Das mais de 22 milhões de vagas ofertadas, 96,4% estão nas IES particulares.