A partir do próximo ano, as licenciaturas serão avaliadas anualmente no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante a coletiva de divulgação dos resultados do Enade 2022. “Iremos mudar a portaria do MEC 840/2018, para incluir a licenciatura com avaliação anual”, adiantou. Segundo ele, a medida permitirá o melhor acompanhamento e embasará as ações voltadas para o fortalecimento da formação de professores no Brasil.
Também está prevista, ainda para esse ano, a votação no Conselho Nacional de Educação (CNE) das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) das licenciaturas. Além disso, o MEC estuda uma avaliação dos estágio supervisionados, o aperfeiçoamento da avaliação com a criação de instrumentos específicos por grande área das licenciaturas da Cine Brasil. “Também queremos o aperfeiçoamento dos indicadores, para fazer o acompanhamento da entrada na carreira docente dos concluintes dos cursos de licenciatura”, ressaltou.
Enade 2022 – Essa edição avaliou os cursos vinculados ao Ano III do ciclo avaliativo do exame: Entre os bacharelados estão administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, direito, jornalismo, psicologia, publicidade e propaganda, relações internacionais, secretariado executivo, serviço social, teologia e turismo. Entre os cursos superiores de tecnologia, estão as áreas de comércio exterior, design de interiores, design gráfico, design de moda, gastronomia, gestão comercial, gestão da qualidade, gestão pública, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais.
No geral, os cursos presenciais e das instituições públicas tiveram desempenho melhor. Considerando uma expectativa de notas em torno de 60 pontos, no caso dos cursos de bacharelado, comunicação social – jornalismo (56,89), secretariado executivo (57,82) e turismo (54,03) têm médias nacionais próximas às esperadas. Já nos cursos tecnológicos, o destaque foi para design de moda (60,04) que teve a maior média.
“Nós estamos preocupados com a formação dos profissionais no nosso país. O sinal de alerta para alguns cursos já está vermelho e precisamos corrigir isso”, frisou Camilo Santana. “Mas ninguém corrige, ainda mais na Educação, com toque de mágica ou do dia para noite. O papel do MEC é de coordenar, avaliar e discutir. Precisamos juntos construir os caminhos para corrigir essas distorções”, completou.
Para o presidente do CNE,Luiz Roberto Curi, o Enade produz informações que geram impactos e não se limita a comparações entre cursos. “A avaliação tem um papel inestimável e imprescindível no conserto e na condução da política pública da educação do país. Avaliação tem que ser um instrumento de estímulo a reorganização institucional. A avaliação tem que ajudar a regulação a conduzir no caminho correto a expansão da educação superior”.
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