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Inep prepara reformulação dos instrumentos de avaliação do ensino superior do país

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) trabalha na reformulação dos instrumentos de avaliação das instituições e cursos de ensino superior do país. A ideia é que a nova metodologia já seja aplicada no próximo ano, após a Autarquia receber contribuições do mercado educacional e realizar testes durante o segundo semestre deste ano.

A proposta é realizar um fluxo trienal contínuo com as dez áreas de ensino superior divididas em três blocos. Assim, cada bloco estará em fases diferentes do processo avaliativo. Essa dinâmica é diferente da que existe hoje no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). De acordo com o Inep, no primeiro ano do ciclo, haverá a aplicação das provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). No ano seguinte, as instituições vão receber os resultados dos cursos e deverão entregar um relatório de autoavaliação. No ano final, as instituições de ensino superior receberão a comissão de avaliação in loco para o cumprimento da última etapa, que inclui avaliação da infraestrutura física. Os polos e os campi fora da sede também serão avaliados, de forma amostral. Sobre o Enade, o Inep manterá a aplicação anual do exame para os cursos de medicina e licenciaturas.

“Dessa forma, todos os anos, todas as áreas serão avaliadas: algumas pelo Enade, outras na autoavaliação e outras na avaliação in loco“, ressaltou o diretor de Avaliação da Educação Superior, Ulysses Teixeira. Portanto, com esse novo fluxo, as avaliações in loco terão um foco maior na avaliação, servindo tanto para a regulação dos cursos e instituições como fonte de dados para o desenvolvimento de políticas públicas. “Hoje, todas as visitas de avaliação estão subordinadas a demandas regulatórias, como um curso que precisa ser reconhecido ou ter seu reconhecimento renovado, e, em geral, leva em consideração os resultados do Enade”, explicou o diretor do Inep. “Essa proposta vai exigir visitas mais complexas, com mais docentes, com maior duração. Isso traz uma regularidade na produção de evidências educacionais e uma possibilidade de produção muito mais robusta de dados de monitoramento da qualidade da nossa educação superior”, completou.

As mudanças também alcançarão os pontos avaliativos. “Os estudantes vão ter uma prova diferente das edições anteriores do Enade, com uma prova ampliada, com mais itens dos conhecimentos específicos de cada área, que nos permitam fazer as estimativas de desempenhos esperados e definição de padrões de desempenho”, destacou Teixeira.

A previsão é de que os estudos sobre o tema sejam apresentados por completo no dia 17 de junho para representantes do mercado educacional, em evento no auditório da autarquia, em Brasília. De 18 de junho a 18 de julho, será aberta uma consulta pública por meio da Plataforma Mais Brasil, para recebimento de sugestões de melhoria.

De acordo com o cronograma divulgado pelo Inep, a análise e consolidação das contribuições será realizada nos meses de julho e agosto. De agosto a novembro serão realizadas avaliações simuladas, a fim de testar os instrumentos avaliativos, a composição das comissões e a duração das visitas. A intenção é realizar a capacitação de todos os avaliadores entre fevereiro e março de 2026, para que a nova avaliação in loco e a nova dinâmica de avaliação sejam implementadas a partir do mês de março de 2026.

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