Gestores de instituições de ensino superior já podem ter acesso aos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021 e de dois dos Indicadores de Qualidade da Educação Superior: o Conceito Enade e o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD). Os dados estão disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O Conceito Enade é calculado a partir dos desempenhos dos estudantes de cada curso de graduação avaliado. Já o IDD é um indicador que busca mensurar o valor agregado pelo curso à formação dos estudantes, considerando seus desempenhos no Enade contextualizados a partir de suas características na entrada da graduação. “O IDD considera o desempenho do estudante no Enem e com base nesse resultado projeta um desempenho no Enade, que é feito quando o aluno está concluindo a graduação. O dado compara o desempenho projetado com base na nota do Enem e o resultado efetivamente obtido pelo estudante no Enade, a fim de medir o conhecimento e habilidades que a graduação agregou ao estudante”, explicou o coordenador-geral de Controle de Qualidade da Educação Superior do Inep, Ulisses Tavares Texeira.
Em 2021, fizeram o Enade os estudantes de cursos do Ano II do Ciclo Avaliativo Trienal. Entre os bacharelados, foram avaliados os alunos de ciência da computação, ciências biológicas, ciências sociais, design, educação física, filosofia, geografia, história, química e sistemas de informação. Já as licenciaturas foram de artes visuais, ciência da computação, ciências biológicas, ciências sociais, educação física, filosofia, física, geografia, história, letras português, letras português e espanhol, letras português e inglês, letras inglês, matemática, música, pedagogia e química. Também fizeram a prova os alunos dos cursos tecnológicos de análise e desenvolvimento de sistemas, gestão da tecnologia da informação e redes de computadores.
“Os resultados não devem ser comparados entre áreas distintas, porque as provas tem conteúdos específicos e por isso são diferentes. No entanto, o Enade nos permitem fazer um tipo de filtro, por exemplo sobre que cursos estão acima ou abaixo da média nacional. Nos permite observar os cursos ou instituições que estão sistematicamente aparecendo nos extremos, para observar as práticas que têm tido êxito e aquelas que precisam ser melhoradas”, frisou Teixeira. Para o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Wagner Vilas Boas, os dados são rica fonte de informações para as IES. “Essa é uma ferramenta de gestão para os coordenadores dos cursos, para avaliar e fazer um diagnóstico de seus processos pedagógicos”, salientou.
Em dezembro, o Inep divulgará outros dois indicadores: o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). O CPC combina, em uma única medida, diferentes aspectos relativos aos cursos de graduação: desempenho dos estudantes, valor agregado pelo curso, corpo docente, e condições oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo. O IGC é resultado da avaliação das instituições de educação superior e corresponde à média das notas do CPC dos cursos de graduação e dos conceitos Capes dos cursos de programas de pós-graduação stricto sensu das instituições, ponderadas pelo número de matrículas de cada curso.
Números – O Enade 2021 teve 492.461 inscritos das 30 áreas. Do total, 74% foram de licenciatura e 19%, de bacharelado e 7%, de cursos tecnológicos. Os alunos de IES privadas representaram 67% dos universo de inscritos. Pela primeira vez, o número de estudantes de graduações à distância foi maior que o presencial, sendo respectivamente, 52% e 48%. Por outro lado, a maioria dos cursos avaliados foi na modalidade presencial (87%).