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Venezuela, Bolívia e Cuba têm maiores índices de reprovação na primeira fase do Revalida

Um levantamento feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), mostrou que médicos brasileiros formados na Venezuela, na Bolívia e em Cuba tiveram as maiores taxas de reprovação na primeira fase do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). Os percentuais chegaram a 94,6%, 93,5% e 90,7%, respectivamente.

A pesquisa considerou apenas os países que tiveram, ao menos, 40 formados inscritos na prova. Os dados foram coletados no portal do Revalida e por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). A lista continua com o alto índice de reprovação do Paraguai (85,6%), da Rússia (83,9%) e da Argentina (64,4%). Entre brasileiros e estrangeiros inscritos, o percentual de reprovação é bem próximo: 87,5% e 86,6%, respectivamente.

Para o professor Mário Scheffer, autor do estudo, o mal desempenho não está relacionado apenas ao alto padrão da prova. “O alto índice de reprovação não pode ser atribuído apenas ao grau de dificuldade da prova, pois reiteradamente nas últimas edições do Revalida algumas escolas se saem piores do que outras”, disse ele, em entrevista ao portal UOL.

O pesquisador também acredita que a pesquisa deve servir de alerta para que o governo evite convocar para atuar no programa Mais Médicos os profissionais formados no exterior que não tiveram o diploma revalidado. “É importante considerar que a formação dos intercambistas é heterogênea, conforme a escola cursada, o que pode exigir maior ou menor capacitação complementar antes de atuarem em serviços de saúde no Brasil”, ressaltou.

Foto: Pressfoto/Freepik